JORNALISTA: profissão de alto risco com 55 jornalistas assassinados em 2021, segundo a UNESCO

Mundo teve 55 jornalistas e profissionais de mídia assassinados em 2021
Dados da entidade apontam que dois terços das mortes aconteceram em países que não estão passando por conflito armado

Cinquenta e cinco jornalistas e profissionais de mídia foram assassinados em todo o mundo em 2021, de acordo com a Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6), em Paris, sendo este o menor índice em uma década. Mas a impunidade para estes crimes continua sendo uma realidade, com os jornalistas enfrentando altos riscos durante o trabalho.

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, declarou que "muitos jornalistas pagaram o preço final por contarem a verdade". Segundo ela, mais do que nunca "o mundo precisa de informações factuais e independentes", por isso é preciso fazer "muito mais para garantir que aqueles que trabalham de forma incansável para fornecer isso possam fazê-lo sem medo".

Os dados coletados pelo Observatório da Unesco sobre Jornalistas Assassinados apontam que dois terços das mortes aconteceram em países que não estão passando por conflito armado, o que mostra os riscos para os profissionais que apenas contam a verdade, seja onde for.


Roberto Fraile e David Beriain, jornalistas espanhóis mortos enquanto gravavam um documentário em Burkina Faso (Foto: reprodução/Twitter)

A agência da ONU destaca que essa tendência é completamente diferente da situação de alguns anos atrás. Em 2013, por exemplo, dois terços dos assassinatos de jornalistas aconteceram em países em conflito. Já no ano passado, a maioria das mortes aconteceu na Ásia-Pacífico, onde 23 profissionais da mídia foram assassinados, e na América Latina e Caribe, com 14 casos.

A Unesco revela também que 87% de todos os crimes contra jornalistas ocorridos desde 2006 continuam sem solução. Além dos assassinatos, muitos profissionais do setor continuam sujeitos a altos índices de violência física, de intimidação, de assédio e com risco de serem presos, que podem acontecer inclusive durante a cobertura de protestos de rua.

As mulheres jornalistas são ainda vítimas de assédio virtual. Uma pesquisa divulgada em abril do ano passado mostra que três quartos das profissionais confirmaram terem sido atacadas online por motivos ligados ao trabalho.

O Plano de Ação da ONU sobre Segurança de Jornalistas e a Questão da Impunidade completa dez anos em 2022. A agência reiterou que condena todos os assassinatos dos profissionais e apela às autoridades para que realizem uma investigação completa dos crimes.

FONTE: AREFERENCIA.COM EDIÇÃO: REDAÇÃO GRUPO M4

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