Segunda edição do Índice Transformação Digital Brasil (ITDBr) destaca avanços em 8 das 10 dimensões avaliadas e aumento da pontuação média de 3,3 para 3,7
Porto Alegre, setembro de 2024 - Em sua
segunda edição, o Índice Transformação Digital Brasil (ITDBr),
desenvolvido pela PwC Brasil e pelo Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais
da Fundação Dom Cabral (FDC), mostra que as empresas brasileiras compreendem
melhor as inovações digitais, mas que o ritmo de integração de novas soluções e
o seu verdadeiro impacto ainda dependem de uma governança eficaz e de
estratégias alinhadas às realidades operacionais e de mercado. A pontuação
média passou dos 3,3 em 2023 para 3,7 neste ano - em uma escala de 1 a 6 -, com
avanços em oito das dez dimensões avaliadas pelo índice.
As análises do ITDBr se
estruturam em uma metodologia própria, desenvolvida para sistematizar a
avaliação do progresso da transformação digital em um índice mensurável, que
permite monitorar de forma contínua o processo e oferecer diretrizes para a
adaptação de empresas, governos e da sociedade em geral ao dinamismo da
tecnologia. Além de fazer um diagnóstico da maturidade digital das companhias,
a proposta deste índice é orientar lideranças a entender como a digitização
pode gerar ganhos, inclusive financeiros. Nesta segunda edição, o ITDBr
identifica um nível mediano de maturidade digital no Brasil, no entanto, indica
uma melhora em relação ao ano anterior, como reflexo da relevância crescente
que os tomadores de decisão têm atribuído aos temas pesquisados.
“A tecnologia, historicamente, e
como um dos habilitadores importantes da transformação digital, evolui para
aumentar a eficiência do trabalho e impulsionar novos negócios e serviços”,
avalia a sócia da PwC Brasil, Denise Pinheiro. “Hoje, o que estamos vendo com a
disseminação e avanço rápido das tecnologias de inteligência artificial
generativa é exatamente isso. Observamos nesta edição da pesquisa um salto
muito grande no índice de IA, o que já era esperado, mas com foco
principalmente em eficiência. Afinal, a IA generativa democratizou o uso da
inteligência artificial na força de trabalho, promovendo uma eficiência mais
ampla e massiva e alcançando diretamente o usuário final”, comenta.
O levantamento ouviu mais de 100
grandes e médias companhias e startups nacionais de diferentes segmentos, sendo
que mais da metade, 59%, faturam anualmente cifra superior a R$1 bilhão.
“Observamos no estudo e, de forma geral, no mercado, um aumento na percepção e
na relevância que os tomadores de decisão têm dado às inovações e tecnologias
digitais”, afirma o Professor Hugo Tadeu, da Fundação Dom Cabral.
Avanços
Dentre as dez dimensões
analisadas, a Inteligência Artificial e a Fronteira Tecnológica evoluíram de
forma significativa - com destaque para o tema de IA, saindo de 2,4 na 1ª
edição para 3,6 nesta segunda. Das organizações consultadas, 20% delas apontou a
ferramenta como a principal tecnologia de fronteira adotada, o que indica que
as empresas têm investido consideravelmente neste tipo de solução - a robótica
(12%) e a Internet das Coisas (IoT) (9%) vêm em seguida e são usadas,
respectivamente, para otimização de processos e conexão de dispositivos em
tempo real.
Já a fronteira tecnológica saltou
de 2,3 para 3,9, dimensão que consiste em explorar inovações em áreas como
nanotecnologia, biotecnologia e outras com potencial transformador. Por meio da
adoção de uma determinada técnica, uma empresa pode revolucionar setores
inteiros e impulsionar avanços significativos, ultrapassando os limites do
conhecimento atual.
O crescimento pode ser explicado
pela pergunta: “Na sua organização, existem projetos em andamento para o uso de
tecnologia blockchain?”. Ao analisar as respostas qualitativas, 8% indicaram
Blockchain como a principal tecnologia de fronteira adotada. Além disso, esse
aumento pode ser atribuído ao setor de Construção e Infraestrutura.
Retração
Na dimensão “decisões orientadas
por dados”, que mede a cultura data-driven
das organizações, o índice indica uma pequena queda de 3,9 em 2023 para
3,5 em 2024 e que pode ser explicada pelos resultados da pergunta: "Na sua
organização, existe foco para a gestão de dados em infraestrutura cloud e com
foco em maior conectividade de equipes?". Ao analisar as respostas
qualitativas, essa redução pode ser atribuída a empresas que ainda não
implementaram ou estão em processo de implementação da infraestrutura.
Além disso, na pergunta “Quais
seriam as oportunidades de melhoria observadas sobre o desenvolvimento de uma
cultura data-driven para a transformação digital na sua organização?”, muitos
respondentes indicaram a necessidade de capacitação e desenvolvimento e
disseminação das decisões orientadas por dados.
Cultura
Apenas 13,9% das empresas dizem
realizar investimentos na transformação digital como prioridade estratégica. Em
45,1%% delas, a abordagem é mais cautelosa nas iniciativas digitais, realizando
apenas pequenos investimentos de forma seletiva, enquanto 41,0%% considera a
transformação digital um fator determinante para investimentos, reconhecendo
sua importância.
Em comparação com a primeira
edição, houve um aumento no número de companhias avaliadas como otimizadoras
(de 23% para 24%) e visionárias (de 20% para 27%), indicando uma adoção mais
abrangente da transformação digital neste tipo de organização. Por outro lado,
entre as empresas que faturam acima de R$1 bilhão, há uma proximidade entre
otimizadoras (49%) e seletivas (44%) - e só 8% são visionárias.
“O desafio não está na inovação
em si, mas nos mecanismos de governança que a acompanham. O problema é que o
nível de maturidade para integrar verdadeiramente as tecnologias digitais ainda
é muito baixo, como observado na primeira edição do nosso estudo. Por isso,
enfatizamos constantemente, desde o ano passado, a necessidade de focar não só
na tecnologia, porque as tecnologias mudam. Sem uma estratégia de governança
adequada – que envolva a estrutura organizacional, as alçadas de decisão e os
investimentos – essa maturidade continuará em níveis baixos”, alerta o
Professor Hugo Tadeu.
O quesito estrutura e cultura
organizacional voltadas para a transformação digital retraiu de 55% em 2023
para 49% em 2024, porém segue como principal impeditivo para o avanço da
implementação da transformação digital. Quando perguntadas sobre “Qual a melhor
definição da transformação digital na sua organização?”, a opção “tecnologias e
ferramentas” foi a escolha de 29% das empresas, figurando na primeira posição
entre todas as opções. Apenas 10% das empresas apontam cultura e liderança como
a melhor definição.
ESG
e gestão de riscos
Pouco mais da metade (55%) das
organizações avalia os impactos da transformação digital em sua estratégia ESG
. No entanto, 40% ainda não utilizam tecnologia nesta área, indicando que há
grande oportunidade de alinhamento entre as práticas digitais e a responsabilidade
social e ambiental.
Observa-se que a grande parte dos
respondentes (48%) respondeu “não” quando perguntados se “existe a adoção de
tecnologias digitais para a mitigação de riscos e práticas ESG envolvendo todos
os stakeholders”. No entanto, 44% (totalmente ou parcialmente) responderam
“sim”, enquanto 8% afirmaram estar com ações em desenvolvimento por
reconhecerem a importância dessa integração.
Ainda em relação aos temas ESG,
46% das empresas ainda não integraram completamente as competências de
tecnologia digital com as áreas relacionadas à responsabilidade social,
ambiental ou de governança. Pode-se atribuir este gap a desafios como mudanças culturais,
necessidade de investimentos e falta de conscientização sobre o tema.
Entretanto, 41% das empresas já adotam essas práticas, o que indica que o
alinhamento estratégico entre transformação digital e ESG teve início nas
organizações que estão preocupadas em priorizar este tema. O índice observa
que, no mercado, muitas empresas ainda adotam uma abordagem ESG mais preocupada
com a elaboração de relatórios atraentes do que com a implementação de ações
concretas que gerem resultados tangíveis, este comportamento se reflete na
maturidade digital que elas demonstram neste levantamento.
Próximos passos
Esta segunda edição do ITDBr revela que para assegurar sucesso e crescimento
sustentável, as empresas brasileiras precisam integrar a tecnologia de maneira
estratégica e operacional em seus negócios. As tecnologias devem ser tratadas
como ferramentas para viabilizar as transformações e não como objetivo em si.
Outro ponto importante é a
capacidade intelectual e a formação da força de trabalho. “Empresas
comprometidas com o desenvolvimento contínuo de seus profissionais são mais
adaptáveis às novas tecnologias e capazes de incorporá-las efetivamente aos
seus fluxos de trabalho”, explica Denise Pinheiro. Além disso, a maturidade
intelectual também favorece a inovação e os investimentos tecnológicos.
Por último, o ITDBr indica que ao
seguir estas diretrizes as empresas brasileiras estarão mais bem preparadas
para enfrentar desafios da economia digital e se posicionar como líderes de
mercado, diferenciando-se pela inovação e eficiência operacional.
Sobre a Fundação Dom Cabral
A FDC é uma escola
de negócios brasileira com quase 50 anos, que está entre as melhores do mundo e
na 7ª posição dentre as instituições de educação executiva participantes do
ranking do jornal inglês Financial Times 2023. Cerca de 46 mil profissionais passaram
pela instituição em 2022.
Sobre a PwC
Na PwC, o nosso propósito é construir confiança na sociedade e resolver problemas importantes. Somos um Network de firmas presente em 151 países, atuando no Brasil há mais de 100 anos, dedicados à prestação de serviços de qualidade em auditoria e asseguração, consultoria tributária e societária, consultoria de negócios e assessoria em transações. Saiba mais sobre a PwC e nos diga o que é importante para sua empresa ou carreira, visitando nosso site.
© 2024 PwC. Todos os direitos reservados.